Relatos em primeira mão de espancamentos de manifestantes belarussos contra a guerra na Ucrânia

Mais de 800 pessoas foram detidas em Belarus no dia 27 de fevereiro de 2022 por terem participado de manifestações contra a guerra. A maioria delas foi condenada a 15 dias de prisão.

Anton (nome mudado por razões de segurança) foi detido no dia 17 de fevereiro acusado de  “extremismo” nas redes sociais. Os programadores que também foram detidos preventivamente antes do referendo, alegadamente por “conduta desordeira”, estavam na mesma cela com ele. Eles foram detidos seguindo o mesmo padrão: foram convidados para uma “conversa” com o policial distrital, onde foi elaborado um relatório de “conduta desordeira” e eles foram enviados a uma cela de isolamento. Entre 10 e 16 pessoas foram mantidas em uma cela designada para quatro pessoas, os colchões e a roupa de cama foram tirados da cela, e às noites os prisioneiros eram acordados para chamada.

No dia 27 de fevereiro, quando protestos em massa contra a guerra na Ucrânia estavam acontecendo em toda Belarus, muitas pessoas foram presas. Naquele dia os guardas foram substituídos pela a polícia de choque. Do corredor  ouvia-se gritos terríveis, sons de espancamentos. As pessoas eram espancadas por estarem em posição “errada” na busca. Vinte pessoas eram colocadas em cela para quatro pessoas. Um homem severamente espancado foi parar na cela de Anton. Ele foi escarnecido pela GUBOPIK (departamento de combate à corrupção, um dos principais órgãos repressivos em Belarus – Trad.) por se recusar a ser filmado num vídeo de “confissão”.

Um residente de Minsk foi preso ainda mesmo antes do referendo. Ele contou à Rádio Svaboda sobre o que testemunhou no centro de detenção nesses dias.

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