Crônicas da repressão em Belarus: um dia, muitas perseguições

Enquanto a guerra desencadeada pelas forças militares russas na Ucrânia, das quais o regime belarusso é co-aggressor, as repressões contra os cidadãos que se manifestam abertamente contra a guerra na Ucrânia prosseguem em Belarus.

Anatol Sashunou foi detido em Jódzina por comentários em “grupos de bate-papo extremistas”. Em Minsk, foi iniciado um processo penal contra a mãe de três filhos Volha Tomina, por participação em protestos em agosto de 2020. No dia 6 de março, o ex-ator do Teatro Gorky Arseni Siatchko foi detido em Minsk. Ele reclamou com os policiais que detiveram homens supostamente bêbados, e também foi detido e espancado. Ele teve três costelas quebradas. Em Minsk, Dzmitry Matsuishônak foi detido por causa do cartaz “Sem guerra”. Foi informado que ele foi denunciado por seu vizinho. O artista Ales Tsyrkunou foi detido por causa das fitas brancas e vermelhas, azuis e amarelas em sua camisa. Vital Borys foi detido por causa da sua capa de passaporte, com brasão histórico de Belarus.

No dia 10 de março, fizeram busca no apartamento de Tatsiana Dorts, detida por 13 dias, e confiscaram seu computador. Ela foi presa no dia do “referendo” por sair na praça com uma faixa dizendo “Glória à Ucrânia”. Em 10 de março, o prisioneiro político Yahor Mikháilau foi acrescentado à lista de terroristas. Em julho, ele foi condenado por supostamente incendiar um tanque, que nem sequer foi danificado. No dia 10 de março, Aliaksei Marhunou foi detido em Mahiliou. Sua detenção foi relacionada a uma sabotagem na ferrovia belarussa.

No dia 9 de março, o tribunal decidiu pela liquidação da associação Radzislava, de Minsk, que ajudava mulheres vítimas de violência doméstica desde 2002. A linha direta dela, que poderia dar apoio às mulheres e às vezes até salvar suas vidas, parou de funcionar.

A pressão começou a cair sobre os advogados belarussos que assinaram a petição antiguerra. Eles são convocados à diretoria para se explicar

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