Ativista de direitos humanos Ales Bialiatski ganha o Prêmio Nobel da Paz

Ales Bialiatski, fundador e diretor do centro de direitos humanos Viasná, de Belarus, recebeu hoje o Prêmio Nobel da Paz. Ele dividiu o prêmio com o Centro Ucraniano de Liberdades Civis e o Centro Russo Memorial.

“Bialiatski foi um dos iniciadores do movimento democrático que surgiu em Belarus em meados dos anos oitenta. Ele dedicou toda sua vida à causa da democracia e da paz em seu país. Bialiatski criou a organização de direitos humanos Viasná em 1996, em resposta às emendas duvidosas à Constituição, que deram poderes ditatoriais ao presidente belarusso”, disse a porta-voz do Comitê Nobel.

Ales Bialiatski está na prisão, onde recentemente celebrou seu 60o. aniversário. Junto com seus associados Valiantsin Stefanovitch e Uladzimir Labkovitch, ele está detido sem julgamento há mais de um ano. “O principal é não ficar deprimido e não ficar triste. Creio que tudo estará bem em breve. O que não nos mata nos torna mais fortes”, escreve o ativista dos direitos humanos da prisão.

Berit Reiss-Andersen, presidente do Comitê Nobel, pediu ao regime belarusso que libertassem Ales Bialiatski da prisão para que ele pudesse ir a Oslo para receber pessoalmente o prêmio.

Durante seus 25 anos de atividade, Ales Bialiatski recebeu numerosos prêmios e distinções: prêmio Sueco Per Unger, Prêmio Andrei Sakharov pela Liberdade, Diploma para Coragem e Luta pela Liberdade, Prêmio Melhor Defensor dos Direitos Humanos do Ano, Prêmio da União dos Escritores Noruegueses pela Liberdade de Expressão, Prêmio Petri Kelly em reconhecimento a seu trabalho na defesa dos direitos humanos em Belarus, em 2013, o Prêmio Vaclav Havel da PACE, em 2019, o Prêmio para os Direitos Humanos e o Estado de Direito. Em 2021, Viasná e Ales Bialiatski foram os ganhadores do Prêmio de Dignidade de 2021.

Apesar da perseguição, o Centro de Direitos Humanos continua ajudando o povo belarusso a defender seus direitos. A maioria de seus membros deixou Belarus para evitar a prisão. No entanto, defensores dos direitos humanos continuam a coletar informações sobre as pessoas presas políticas e a ajudar suas famílias.

A líder do Gabinete Unido de Transição, da oposição belarussa, Sviatlana Tsikhanouskaya parabenizou Bialiatski pelo prêmio e acrescentou: “Tenho certeza de que aqueles que exerceram repressão contra Ales e milhares de pessoas inocentes logo ficarão na obscuridade. E heróis como Ales Bialiatski entrarão para a história”.

Botão Voltar ao topo